Gar Saxon: entre a diversão e o desafio competitivo

Um breve guia sobre Gar Saxon Yellow no meta de Jump to Lightspeed

Celso Dantas Linque

6/4/20254 min read

Olá, pessoal! Linque aqui!

Neste artigo, quero compartilhar com vocês como tem sido a minha trajetória jogando de Gar Saxon desde o banimento do Jango Fett, passando pelas minhas adaptações, aprendizados e resultados recentes — incluindo minha participação no Circuito Liga Star Wars da Citadel, uma das lojas mais competitivas de São Paulo.

Antes de tudo, gostaria de agradecer pela oportunidade de estar aqui, escrevendo este artigo e contribuindo com a comunidade. Espero que vocês gostem!

Começando do começo: eu jogo Star Wars Unlimited desde o final do Set 1. Meu primeiro deck competitivo foi o Boba1 Tarkintown, com uma lista Heavy Space. Era um deck bastante incomum, que acabou ganhando muita popularidade nos últimos dias do Boba Fett, antes do líder ser suspenso do competitivo.

Em toda a minha trajetória com TCGs, sempre gostei da ideia de ser um "underdog" dentro do cenário competitivo. Fui assim no Magic, sempre jogando com decks de tier mais baixo, mas com potencial competitivo e difíceis de oponentes lidarem ou se prepararem — muitas vezes nem tinham sideboard adequado para minhas estratégias. E, claro, não queria que fosse diferente no Star Wars.

Com o banimento do Boba Fett, fiz um movimento natural e passei a jogar com o deck mais parecido: o Jango Fett. Acabou se tornando um deck tier S, provavelmente o mais jogado de todo o jogo. Isso ia um pouco contra a minha filosofia de jogar com decks "underdog", mas senti que o Jango era um sucessor espiritual do meu falecido Boba Tarkintown, então continuei jogando com ele.

Mas, por fim, chegou a vez dele: Jango Fett também foi suspenso do competitivo. Isso me impactou bastante, pois eu realmente me divertia muito jogando com o deck (embora meus oponentes, nem tanto haha). Foi um momento meio desolador, porque eu tinha uma grande expertise com ele.

Superado o luto, era hora de me reinventar, aprender novas estratégias e estilos de jogo. Não queria ser apenas um bom player com decks espaciais; queria evoluir como jogador no geral, jogando com um deck menos linear e que me permitisse adaptar meu jogo de forma versátil — ora sendo o beatdown da partida, ora controlando, estabilizando e conquistando vantagem para impedir o oponente de voltar.

Foi aí que pensei no Gar Saxon. É um deck pouco comum; o melhor side contra ele geralmente envolve cartas que destroem upgrades, mas mesmo assim, raramente são suficientes para desmontar completamente a estratégia. Além disso, o deck consegue se comportar como um aggro extremamente agressivo, mas também como um midrange que pressiona as unidades do oponente enquanto mantém as próprias vivas. Isso é realmente muito legal!

Desde então, segui grindando o deck, jogando em média cinco partidas MD3 por dia pelo Petranaki, e levando o deck para os semanais. No meu primeiro semanal, fiz 3-0 e logo senti que estava jogando com o deck certo.

Uma semana depois começou o Circuito Liga Star Wars na Citadel. Na primeira semana tivemos quatro rodadas e fiz um resultado de 3-1, perdendo apenas para um Luke Data Vault que conseguiu rampar e travar o jogo muito rápido. Nas semanas seguintes, os resultados foram todos muito positivos.

Até que no último dia da Liga, com pontuação em dobro, fiz 2-1, perdendo a última partida para o Brandolim, um dos melhores jogadores que conheço. Empatamos na pontuação, mas pelos critérios de desempate, fiquei com a vaga para a grande final pelo suíço.

Foi muito satisfatório ter alcançado resultados tão bacanas em um meta completamente hostil para o Gar Saxon. O deck tem uma matchup muito perigosa contra Sabine, especialmente por causa de ECL no turno 1. Também não é muito favorável contra Quinlan e nem contra Qi'ra.

Me perguntei diversas vezes por que eu ainda estava usando aquele deck, sendo que jogar com qualquer deck tier A+ seria muito mais safe. Mas, no fim das contas, jogar de Gar Saxon me fez sentir que eu estava desempenhando o papel que mais gosto no competitivo de qualquer jogo: usar algo fora do meta e ainda assim ser igualmente competitivo.

Gar Saxon com certeza não é o deck mais forte do jogo, mas é um deck com enorme potencial — especialmente com a chegada das novas cartas do set Legends of the Force.

Aurra Sing, Patient and Deadly, embora não seja uma unidade com shield, é uma 1/4 com Raid 2 e Hidden, o que será uma ótima opção de turno 1 contra Sabine ECL. Já Shin Hati, Overeager Apprentice promete ser outra carta poderosíssima para o deck: uma 4/2 com shield e Hidden.

Cartas com Hidden representarão uma ameaça gigantesca, pois você poderá jogá-las e, caso seu oponente não tenha uma forma de removê-las — nem consiga pegar a iniciativa —, você poderá pegar a iniciativa com a segurança de abrir o próximo turno batendo 6 ou 7 com uma Hotshot.

Além disso, Gar Saxon Yellow continua sendo um deck agressivo dentro do vilanismo, mas que, diferente de outros aggros heroicos, possui acesso a Bazine, TIE Phantom e Change of Heart — cartas extremamente poderosas em matchups contra control e soft-control.

Minha expectativa para o deck no próximo set é que recebamos pelo menos uma boa nave de custo 2 com Hidden para jogar no primeiro turno e pilotar no turno seguinte, além de novas cartas com When Defeated, para extrair ainda mais valor do Krennic unidade.

Agora é continuar treinando. O próximo campeonato é o Planetary Qualifier, que acontece neste sábado, também na Citadel. Confesso que um field lotado de Vader Yellow me assusta um pouco... mas, se minha diversão falar mais alto do que meu espírito tryhard, estarei nesse PQ de Gar Saxon! hahaha